quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CAPÍTULO DOIS







Como seria possível, que um maluco daqueles carreguasse uma fotografia de seu pai e dela?!!


Katy se perguntava e sua mente fervilhava a caminho do hospital mais próximo.


Ela estava dentro do carro de seu pai, que dirigia feito louco, desviando-se habilmente pelas ruas de Miami.


Não querendo ser muito rude com a filha, o inspetor Lucas começou a falar calmamente:


- Como você pode matar o maníaco homicida que feriu mais de vinte pessoas e matou duas, minha filha? - perguntava o inspetor, Katy não sentia mais o ombro. - E o pior é que não encontramos nada nos bolsos do presunto.


-Inspetor Lucas - começou a falar Katy. - Para início de conversa, eu não matei aquele homem, ele, além de ser homicida é suicida, e para término de conversa aquele homem tem a mesma nacionalidade que a sua, era viciado e estava carregando consigo uma fotografia nossa! - Katy termina a frase explodindo de dor.


O inspetor Lucas freia o carro de uma vez, quase jogando a filha no pára-brisa.


-Do quê você estã falando, agente Simon?! - perguntava o inspetor Lucas. - Como você sabe que aquele homem era brasileiro e, como você descobriu que ele estava com uma foto nossa? Você pegou os objetos do presunto antes que a políca, Katy?!!


Quando Katy já ia responder ao interrogatório do pai, não aguentou e desmaiou, caindo encima dele, que ligou novamente o Chevrolet 69 restaurado e acelerou a caminho do hospital, há uma quadra dali.


Certos ruídos a havia acordado, só aí percebeu que estava num leito de hospital. No quarto, uma mesinha com copinhos d'água e algumas frutas que talvez seu pai teria colocado. Katy sentía-se muito sonolenta, devido ao calmante que tinha tomado e analgésicos. Sua jaqueta de couro estava encima da cadeira ao lado da cama, toda ensanguentada, talvez teria perdido bem mais sangue do que pensava.


Neste momento, seu pai e o agente Carl acabavam de entrar no quarto. Katy sorriu ao ver o ramalhete de flores nos braços de seu companheiro Carl, ele era muito atencioso com Katy, além de não ser do tipo de ser jogar fora....


O inspetor Lucas foi logo o primeiro a falar:


-Filha, você já está um pouco melhor, o Dr. Louis acabou de me comunicar. -Ele disse que a sua jaqueta de couro lhe salvou praticamente....Por isso, acho que podemos retomar aquela conversa interrompida no trânsito.


-Pai, me desculpe por ter pegado os objetos do homem que eu acertei, é porque eu precisava saber alguma coisa. O cara entrou atirando em tudo, fazendo o maior estrago...Mas eu vou investigar este caso até o fim, pai - respondia Katy um pouco sonolenta. - Eu já me sinto melhor, minto, estou ótima! E vou pegar esses caras que estão tentando nos matar...Tenho certeza que aquele presunto fazia parte da mesma gangue da loja de produtos sul-americanos - dizia Katy, muito segura de si.


-Katy, eu a persegui ontem o dia inteiro, e sei que você foi espionar a loja, desculpe mas eu cumpria as ordens do seu pai. - Carl abriu a boca pra falar. - E você está correndo perigo agente Simon, esses caras são muito barra pesada, eles fazem negócios com os japoneses que estamos inverstigando, é uma espécie de intercâmbio, compreende?


-Carl, não adianta me fazer medo, eu vi você me perseguindo, e sei que eles são perigosos, mas eles querem matar a mim e a meu pai, e isso não posso deixar quieto...


O inspetor Lucas interrompe Katy no meio da discussão com Carl:


-Katy, o caso já é seu, droga! - falava o inspetor. - Eu já telefonei pra Agência Central, e eles autorizaram a investigação, o que é muito raro...-Katy começava a sorrir. - Mas só que você não irá sozinha.


- Ai sabia que tinha alguma coisa....Como assim não irei sozinha? - perguntava Katy, decepcionada.


-Agente Simon, você ajudou a matar uma espécie de "terrorista", para os olhos da imprensa local, e agora todas as redes estão noticiando o fato, e pra completar: algumas redes do Brasil também. A Interpol brasileira mandou um de seus agentes pra cá, ele vai ajudá-la no caso.


-Mas como assim???Ele fala inglês, pelo menos? - a ironia de Katy era palpável.


-Lógico! - respondeu o inspetor. - Ele é um rapaz muito bom, um ótimo atirador e um perito em bombas.


-Como você sabe de tudo isso, inspetor Lucas? - a ironia de Katy não acabava....


-Ele foi meu aluno. - respondeu o inspetor, orgulhoso.


-Mas como ele poderia ser seu aluno, inspetor Lucas, sendo que o senhor está aqui em Miami? - agora Carl é que estava irônico, aborrecido com a surpresa.


-Isto é fácil agente Carl, antes de ser agente, aqui nos Estados Unidos, eu fui Tenente-Coronel do Exército Brasileiro, tenho muitos amigos por lá, e o Paulo é um deles.


-Paulo? - Katy e Carl perguntaram juntos.


- Sim, mas podem chamá-lo de Paul, Paul Williams, pra não dar muito na cara por aqui e facilitar o disfarce.


-É...pode ser... - respondeu Katy, mais curiosa do que tudo.- Quantos anos ele tem, pai?


-Ahhh, eu sabia que você iria me perguntar isso! - falou o inspetor, sorrindo. - Mas pode acabar com esse interesse momentâneo, ele tem cinquenta anos, não serve pra você que tem apenas vinte e cinco - terminou o inspetor, com uma certa jovialidade nos olhos.


Katy queria fulminar o próprio pai..."Como assim? Pensa que eu fico atrás de homem agora, o velho tá louco." - pensou.


-Que bom! - suspirou Carl. - Pelo menos não vou ter um "tipo" à minha altura pra disputar você, Katy - completou o agente com seus trinta anos bem vividos.


-Ah!! E você acham que eu sou um pedaço de carne exposto pra vocês escolherem??Por que você num some, hêim agente Carl?? Aproveita e vai também, papai...


-Rhum, rhum...ora essa, agente Carl, você já veio entregar as flores, portanto, é hora de ir trabalhar, você não acha? - perguntou o inspetor, com um ar muito zangado, ou fazendo o tipo...


- Sim senhor inspetor!!- Carl estava quase gritando. - Até logo, agente Simon.


- Até nunca...- disse o inspetor.


-Até logo Carl! - acenando e sorrindo, Katy achava graça do ciúme e desespero do pai.


- Papai, não...


- Um momento minha filha. Não quero, pelo menos na minha frente, que você seja assediada por esses agente maníacos por sexo. - agora o pai queria consertar a coisa toda...-Esta bem???!


- Mas papai! Não precisava ser tão rudo com ele...eu sei me cuidar - dizia Katy, já quase explodindo em risos.


-Vamos parar com brincadeiras, agente Simon - falou o inspetor seriamente. - Amanhã terá que receber o agente Williams no Aeroporto, espero que goste dele...pessoa muito comunicativa.


-Eu já me sinto bem melhor, avise para o Dr. Louis que o efeito da anestesia já acabou e eu consigo mexer meu braço. Já posso ir pra casa. A minha moto, trouxeram minha moto? - perguntou Katy, ansiosa.


- O Carl trouxe...-respondeu o inspetor, descontente. - Não sei como você consegue pilotar aquela porcaria..


-Boa noite papai!Pode ir que eu estou bem. Tchau!



Já estava anoitecendo, quando Katy recebeu alta e saiu do hospital. Infelizmente ela era esperada por um batalhão de repórteres querendo saber sobre o caso.




Ela voltou para trás e saiu pelos fundos do hospital, mesmo assim conseguiram fotografá-la. Katy arrumou-se em sua Harley Davidson 65 e partiu para o seu apartamento, perto de Miami Beach.



Ainda sentis o ombro, quando estacionou sua moto em frente ao prédio onde morava. Era um prédio muito elegante pela simplicidade, moderno, com fachada branca com detalhes espelhados em azul...plantas ornamentando a entrada.



Katy morava no quarto andar, seu apartamento era amplo e com móveis modernos. Quando entrou em sua sala, tomou cuidado e vistouriou todos os cômados, que eram quatro ao todo: uma sala, uma cozinha pra quem não tem tempo de cozinhar, um quarto e um banheiro, que era onde passava a maior parte de seu tempo...relaxando na hidro.


Depois de vistouriar todo o apartamento, Katy não se demorou em ir relaxar-se em sua banheira, enquanto seu lanche à base de pão, queijo e presunto esquentava no microondas.


Ficou quase um hora na banheira... adormecida, só foi acordada pelo barulho do telefone, na sala.


Vestiu o roupão apressada e foi direto para a sala atender o telefone. A agente Simon sentou-se no estofado negro, tirou o telefone do guancho e perguntou:


- Alô? Com quem deseja falar? - sempre falava isso...pra dar impressão de muita gente na casa.


- Filha, aqui é seu pai - falava o inspetor Lucas do outro lado da linha. - Eu esqueci de lhe dizer que o vôo do agente Williams chegará às oito e meia da manhã. Portanto, como logo e vá dormir, certo?


- Mas papai....Como você sabe que eu...


- Boa Noite, filha. Espero que goste do seu novo parceiro. - interrompe o inspetor.


- Boa Noite, papai.- despede-se Katy, desligando o telefone.


Sorrindo, seguiu para a cozinha, o lanche já havia esfriado no microondas, estava morrendo de sono, esqueceu-se do sanduíche, foi para a geladeira, pegou um suco de laranja, tomou....e foi se deitar.



CONTINUA...

3 comentários:

Nike disse...

Estou adorando...
bjinhos

Ana Gabi disse...

é ruim ser interrompido assim, curiosidade mata, sabia?

hahaaa

DEUSA PAGÃ disse...

verdade....concordo com a Ana Gabi.