sábado, 27 de dezembro de 2008

CAPÍTULO OITO





Depois de uma noite sem dormir, Katy não conseguia ficar de pé, já eram onze horas e quinze minutos da manhã e ainda não tinha se levantado da cama. Ela havia chorado a noite inteira e resolveu não ir trabalhar para não se encontrar com Paul.
Quando olhou no relógio até se assustou com as horas...Finalmente tomara coragem e levantou-se para tomar uma chuveirada fria.
Mas nada conseguia fazer com que Katy parasse de pensar em Paul, nem mesmo a água que caía sobre seu corpo, fazendo carícias que ela confundia com as de Paul, não a deixando em paz...
Katy aproveitou que iria passar o resto do dia em seu apartamento para fazer uma limpeza, depois iria estudar a planta do esconderijo de Lady Pat e comprar alguns mantimentos.
Ficou quinze minutos tomando banho, quando desligou o chuveiro, Katy escutou o barulho do telefone.
Colocou o roupão cor de vinho e rapidamente foi atender, pensando que era Paul, jogou-se no sofá e tirou o fone do gancho:
- Alô, Paul, é você? – perguntou katy, ansiosa.
- Aqui não é o Paul, aqui é o Agente Carl, Katy – falou, aborrecido.
- O que você quer Carl?! – perguntou chateada.
- Por que você não veio trabalhar, Katy? Eu estou aqui, com um senhor que se diz ser o tal do agente William, mas acho que mandaram o homem errado, porque esse aqui tem a minha idade mais ou menos.
- Não se preocupe Carl. Ele é o verdadeiro Paul William, é que o inspetor Lucas nos enganou quando disse que o agente William tinha cinqüenta anos de idade, só isso – flalou Katy, escutando a voz do agente Paul bem baixinho.
- Tudo bem então Katy. Agora eu e o agente William vamos espionar um pouco o movimento das pessoas lá na loja de produtos sul-americanos, tchau! – despediu-se.
- Até sábado, Carl. Ah! Avise para o meu pai que eu não irei trabalhar hoje, está bem? – pediu katy, antes que o agente Carl desligasse o telefone.
- Está certo Katy. Vou tentar...- desligou Carl, rindo.
No momento que Carl desligou, Katy sentiu que ele estava muito nervoso, mesmo assim esqueceu esse detalhe, dando de ombros. Dirigiu-se à cozinha para ver o que estava faltando e ir às compras...
Quando abriu o armário, ela até se assustou, não tinha absolutamente coisa alguma para fazer no jantar; ao abrir a geladeira, o susto foi menor, mas mesmo assim, Katy decidiu ir fazer compras e deixar a limpeza para mais tarde.
Voltou para seu quarto vestiu um roupa confortável e foi comprar o que precisava. Só quando Katy chegou no saguão do prédio se lembrou que sua moto estava no hotel onde Paul estava hospedado.
É...realmente não conseguia tirá-lo da mente! Agora ela tinha certeza que amava Paul com todas as suas forças. Mesmo assim, não iria vê-lo tão cedo. Katy resolveu então, ir andando ao supermercado mais próximo.
Caminhando na calçada, Katy mentalmente perguntava se Paul também a amava, ou ele tinha herdado também a sem-vergonhice do pai e só estava interessado em se divertir, por isso que na noite anterior ela fugiu sem dar nenhuma explicação, deixando-o mal humorado.
Katy chegou no supermercado em dez minutos, se ela estivesse de moto não demoraria mais que três minutinhos, naquele horário as ruas estavam completamente cheias de pessoas indo para a praia.
Quando entrou, Katy quis voltar para trás, o supermercado estava fervendo de gente. Mesmo assim, ela respirou fundo, pegou o carrinho e foi comprar o que precisava.
Nesse mesmo instante, no escritório da Agência Central, Paul discutia com o agente Carl sobre a quadrilha de Lady Pat:
- Olhe aqui, agente William, eu tenho certeza que há mais de dez bandidos naquela porcaria de loja – falava Carl, inquieto.
- Como você tem tanta certeza, agente Carl? – perguntou Paul, irônico.
- É simples, eu e o meu parceiro, o agente Peter, estamos investigando um grupo de japoneses contrabandistas que levam pó daqui até o Japão com a ajuda da quadrilha da Lady Pat. – falou Carl, mostrando as fotos dos mafiosos.
Paul levou um susto quando viu a foto do homem que tentou matá-lo:
- Esse imbecil também faz parte do bando dos japoneses? – perguntou Paul, observando a foto.
- Sim, o apelido dele é Samuray, mas é mais conhecido como....
- Sam! É isso?! – interrompeu Paul.
- Isso mesmo. Como você sabia? – a expressão de Carl era de indignação por Paul saber das coisas.
- Eu já tive o “desprazer” de conhecê-lo – falava Paul, sorrindo.
Como o agente Carl estava confuso, Paul foi explicar:
É que foi esse cara que tentou me matar no dia em que eu cheguei de viagem, ele conseguiu fugir mergulhando na piscina do hotel, você acredita? – Paul ainda não conseguia engolir essa fuga.
- Ele é um ótimo lutador, agente William; japonês, sabe como é...artes marciais, armas brancas, são verdadeiros assassinos – comentou Carl.
- Vamos parar de falar nesse idiota, temos mais coisas pra fazer – falou Paul, terminando a conversa sobre o japonês saltador. – É hora de irmos até a loja, certo?!
- Então, vamos embora!
Enquanto Paul e Carl se dirigiam para o carro, Katy saia do supermercado carregando vários pacotes.
Muito cansada, Katy não esperava a hora de chegar em seu apartamento. Ainda dentro do ônibus, Katy tinha dificuldades ao carregar seus pacotes, mesmo assim, ela conseguiu ver os agentes Carl e Paul dentro de um carro negro no momento em que o sinal fechou.
Tentou chamá-los, mas foi impossível. Quando abriu a janela do ônibus, os pacotes bambearam e caíram em cima de alguns surfistas, Katy pegou os pacotes que estavam sendo entregues educadamente pelos garotos tatuados.
Voltou a olhar pela janela do ônibus depois que tinha arrumado os pacotes num banco vazio, mas não conseguiu avistá-los mais. O sinal já estava verde e os agentes já haviam sumido.
Katy achou até melhor Paul não tê-la visto, é lógico que depois de ter pensado muito, pois estava se concentrando para a batida na loja amanhã e não queria misturar as estações.
Já eram treze e trinta da tarde e os agentes estavam à paisana tentando ver alguém conhecido na loja de Lady Pat, mas nada se via e ninguém aparecia.
Deram duas horas, três, quatro, até que Paul não agüentava mais ouvir o ronco do agente Carl e decidiu sair do carro e dar uma volta pela loja.
Saiu do carro sem fazer nenhum barulho, fechou a porta e saiu andando pela calçada. Como a loja estava do outro lado da rua, Paul foi até o farol da esquina e atravessou. Ao chegar à frente da loja quase tropeçou numa pedra que estava no caminho. – Droga!
Subiu dois degraus que dava acesso à loja e, quando estava olhando discretamente para dentro do estabelecimento, foi brutalmente surpreendido pelo agente Carl:
- Você está maluco, agente William, olha quem vem vindo do outro lado da rua em direção à loja!! – sussurrava Carl, apontando para os japoneses que se aproximavam.
- Você quer me matar de susto! Quase que eu tenho uma parada respiratória aqui – falava Paul, enquanto saía dali ao lado do agente Carl. – Vamos nos esconder ali atrás daquela banca de revistas.
Quando Paul e Carl se acomodavam atrás da banca, fingindo ler algumas revistas em exposição, os japoneses entrevam na loja carregando várias caixas e engradados de refrigerantes:
- Ande logo seu imbecil! Se não formos logo nosso mestre irá arrancar nossos olhos e jogá-los para seus peixinhos de estimação. Entendeu!? – gritou Sam, para um pobre carregador que trabalhava para a quadrilha do Mestre Mao, poderoso chefe do contrabando da Yakuza.
- Tenha calma, Senhor Sam. É que ta muito pesado, nô? – respondeu o carregador.
- Cale a boca e ande logo! – gritou Sam, dando-lhe uma tapa na cara.
O homem desequilibrou-se mas não deixou cair uma só caixa.
Os agentes Paul e Carl vigiavam do outro lado da rua, enquanto os japoneses entrevam na loja.
A tarde já estava acabando, e ninguém mais entrou na loja de Lady Pat. Paul não agüentava mais esperar os japoneses saírem da loja pra poder ir atrás deles. Resolveu então, ir embora e preparar-se para amanhã:
- Vamos embora, agente Carl. Eles devem ter saído pelos fundos da loja – falou Paul, descontente. – Vamos para o carro.
- Você tem razão. Nós temos que ir embora, eu ainda tenho que falar com o agente Peter sobre a batida de amanhã – falou Carl, indo com Paul em direção ao carro.
No segundo andar da loja, Sam espiava com um binóculo todo o movimento dos agentes, realmente ele estava irritado com eles. Primeiro foi Katy, que tentou penetrar na loja sem ser vista; agora eram os dois agentes que, com o que soube dos empregados da loja, ficaram o dia inteiro em frente à loja:
- O que você pretende fazer, Sam? – perguntou Lady Pat.
- Não sei, até agora eles só estão olhando a nossa loja. – respondeu Sam, seco. – Vamos mandar alguns homens para poder matá-los de uma vez por todas? – perguntou, acendendo um cigarro de cravo.
- Não, eu acho melhor nós cuidarmos do rapaz que ficou preso com os federais, você não acha?! – sugeriu Lady Pat, sorrindo.
- Eu acho que esses agentes idiotas estão rondando a loja por isso mesmo. O Sandro deve ter dito alguma coisa pra eles. E por isso vai ter que morrer. Meu mestre não suporta traição, entendeu? Lady Pat. – a voz de Sam intimidava.
- Por mim, não vejo problemas em matá-lo, Sam. Eu também não gosto de traidores, e isso vale pra qualquer um que quiser passar por cima de mim, entendeu? Samuray.
Os dois sorriram e, não querendo mais saber de conversas, Lady Pat apertou um botão e logo apareceram dois homens, um negro muito mal encarado e exageradamente armado e um branquelo com cara de nerd segurando uma pasta vermelha.
Assim que eles entraram, Lady Pat foi logo falando para eles matarem em exatamente cinco horas o rapaz que foi preso pelos agentes dias atrás:
- Deixe-me dar uma olhada nessas fotos, Luke – pediu Lady Pat ao homem que portava a pasta vermelha.
- Aqui está, senhora.
Lady Pat observou as fotos dos homens que trabalhavam para ela até que chegou à foto de Sandro:
- É esse aqui, Sam? – perguntou Lady Pat, dando a foto nas mãos dele.
- Sim, é esse mesmo. Você tem que treinar melhor seus homens, Lady Pat – caçoou Sam. – É esse aqui, Bill. Basta matá-lo e o dinheiro estará na mão, certo?! – Falou Sam, sorrindo para o negro que estava colocando munição em uma das armas.
- Pode deixar comigo. Senhor Sam – respondeu Bill, sorrindo também e se retirando da sala junto de Luke, o tesoureiro dos traficantes comandados por Lady Pat.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CAPÍTULO SETE




Já havia terminado o expediente de Katy e Paul. Já estava tudo preparado para o dia, ou melhor, para a noite em que eles e mais dois agentes juntos com o inspetor Lucas iriam invadir a Loja de produtos Sul-Americanos.
Katy telefonara para o inspetor pedindo para que os agentes Carl e Peter ajudassem na busca dos traficantes que já estava marcada para sábado.
Paul acompanhou Katy até o estacionamento, ela queria ao menos poder descobrir o que Paul estava pensando. A partir do momento em que o Sr. Jonas contou que a mãe havia morrido de overdose, Paul não falara mais nada:
- Você está bem, Paul? – perguntou Katy, preocupada. – Você está tão sério – comentou, subindo em sua moto.
- Katy, o meu pai não sabe de nada. Mas eu sei que a droga que minha mãe usou na noite em que ela teve a overdose foi vendida por esses idiotas da quadrilha da Lady Pat.
- Mas...como você sabe disso, Paul?!! – perguntou Katy, surpresa.
- Eu costumava perseguir minha mãe, mas não era por causa das drogas, era porque ela tinha um caso com um canalha que se dizia amigo do meu pai – falou Paul, sério. – Houve uma noite em que eu a segui e percebi que ela estava com um comportamento muito estranho, ela estava dirigindo rápido demais...Nós morávamos na Barra da Tijuca e o amante dela em Copacabana, só que ela estava indo para o Morro da Rocinha, compreende Katy, para o Morro??!!! – perguntava Paul, super nervoso.
- Não compreendo Paul. Explica-me direito essa história, calmamente, está bem? – pediu Katy.
- É que na Rocinha, Katy, é um dos pontos onde a droga é vendida. Quando minha mãe chegou lá, um homem estava numa esquina vendendo cocaína e ela foi diretamente a ele e comprou um saquinho – explicava Paul. – Esse homem era o Sandro, Katy, o imbecil que nós prendemos aqui!!!
Katy não acreditava no que estava ouvindo. Era coincidência demais os dois homens serem a mesma pessoa. Confusa com o que Paul acabara de falar, Katy começou a fazer perguntas a Paul:
- Mas como isso é possível, Paul? Esse mundo é pequeno, mas nem tanto. – falou Katy, pensativa.
- O que acontece Katy, é que para os brasileiros o mundo é menor do que você imagina, só depende do caso.
- Eu sei Paul – concordou Katy. – Só o que eu lhe peço agora é que fique calmo até sábado, certo? – pediu Katy, preocupada. – Vai descansar um pouco que, à noite eu passarei em seu apartamento para pegarmos um cineminha, ok? – perguntou Katy, olhando fixamente para Paul.
- Tudo Bem, Katy. Eu não estou nervoso. Só estou cansado, mesmo. – falou Paul. – Hoje será a noite em que iremos nos divertir bastante, hêim Katy?! – perguntou, sorridente.
- Será Paul, será. – respondeu Katy, também sorrindo. – Bem, deixe-me ir embora, antes que anoitecemos aqui. Você não vai querer uma carona? – convidou Katy, indiretamente, com esperanças de que ele aceitasse, lógico!
- Dessa vez não, Katy – falou Paul, que percebeu uma pontada de tristeza momentânea dela. – Hoje eu vou em minha própria moto...rsrsrsrsrsr
Katy ficou surpresa com a novidade, a cada minuto que se passava ela ficava cada vez mais envolvida com Paul. Ele tinha os mesmos gostos que o dela, e os mesmos desgostos também:
- Não sabia que você havia alugado uma moto, Paul, onde ela está? – perguntou Katy, ligando a sua máquina.
- Está ali atrás, espere um instante que eu vou buscá-la... – respondeu Paul, parecendo um menino que vai mostrar o brinquedo novo...
Katy ficou esperando com o motor ligado, não se passaram três minutos e Paul chegava com sua Honda 750 Four K, totalmente negra. Katy ficou boquiaberta ao ver a moto:
- Ela é linda, Paul!!!! – falava Katy, entusiasmada. – Quando foi que você alugou essa belezinha, agente William?
- Eu não aluguei, Katy – respondeu Paul. – Pedi para que mandassem pra mim. Eu não imaginei que sentiria tantas saudades dela. E também não imaginava que minha mais nova parceira também pilotava motos...
- Ele é muito bonita, Paul. Agora, por quê não saímos daqui e vamos dar uma volta juntos, hêim?! – perguntou Katy.
- Claro!!!
Katy e Paul, em suas respectivas motocicletas, saíram do estacionamento rumo à lugar nenhum, ficaram passeando pelas ruas de Miami, até que se despediram com o som estridente de suas buzinas seguindo depois para seus apartamentos.
Quando Paul chegou ao seu hotel, não sabia o que fazer. Ele pegara todas as suas roupas que estavam dobradas no guarda-roupa e jogou-as na cama, fazendo uma bagunça tremenda!
Só depois de quinze minutos de escolha, é que Paul decidiu por um blazer preto, uma camisa de seda cinza e uma calça jeans escuro, quase preta. Tomou seu banho assoviando um samba da Estácio, perfumou-se por inteiro e ficou esperando Katy impacientemente...
Nesse mesmo momento, no apartamento de Katy, ela recolocava suas roupas nas gavetas. No seu quarto haviam roupas em todos os lugares, até embaixo da cama Katy encontrou lingeries que eram as suas preferidas...Depois de tanta bagunça e desordem, é que Katy, finalmente foi relaxar na banheira, onde ficou vinte minutos.
Quando Katy terminou seu banho, estava tão nervosa quanto antes. Trêmula e pensativa, ela vestiu uma calça de viscose azul marinho, uma mini-blusa de coton branca, etc, etc, etc....
Já eram sete horas e meia da noite quando Katy saía de seu apartamento e se dirigia para seu encontro com Paul, que estava nervosíssimo aguardando sua parceira chegar.
Katy chegou ao hotel, vinte minutos adiantada. Quando entrou no saguão do hotel, Paul estava tomando um suco de maracujá.
Quando Katy notou a presença dele, sentiu seu corpo esquentar novamente, ela não conseguia controlar e se sentia traída por isso:
- Oi, pensei que você estava em seu apartamento – falou Katy, encantada com o charme, com a vivacidade em que Paul se encontrava naquele momento.
- Oi, eu decidi esperar aqui...porque lá em cima está muito quente...vim refrescar um pouco – mentiu Paul.
- Bem, então...vamos!!? – disse Katy, impaciente.
- Você é quem manda! Hoje vou fazer só o que você decidir, o que você achar melhor pra nós dois – consentiu Paul, brincando com as palavras.
Depois de vários minutos de discussão, Paul e Katy saíram em apenas uma moto, a dele, é lógico... Só que Katy é quem iria pilotar, é Lógico!
Os dois assistiram a um filme somente, depois seguiram para uma lanchonete próxima ao cinema, no lugar mais movimentado de Miami.
No relógio de Katy marcavam onze horas e meia, foi aí que ela resolveu voltar para o hotel, só que num caminho diferente:
- Para onde vai esta estrada, Katy? – Paul estava curioso, olhava para todos os lados, tentando identificar alguma coisa. Segurando firme a cintura de Katy, devido à alta velocidade da sua moto.
- Estamos indo para Miami Beach, Paul. Espero que você goste de praias, pois iremos passear um pouco por lá, é que nesse horário há poucas pessoas, e é bem mais calmo – falou Katy, nervosa.
- O que você tem Katy? – perguntou Paul, sentindo que Katy estava tremendo um pouco.
- Não tenho nada, Paul, eu só estou um pouco nervosa porque ainda não dominei bem a sua moto, é que a minha é de época diferente, e mesmo a sua sendo antiga tem novidades que a minha não tem..rsrsrsr – mentiu Katy.
Não se passaram dez minutos e já dava pra ver as ondas violentamente fortes, onde só suas espumas esbranquiçadas é que se destacavam perante o céu escuro e totalmente estrelado de Miami Beach.
Katy estacionou a moto de Paul em frente a um quiosque, os dois desceram e, sem falar absolutamente nada Katy seguiu andando para o quiosque; Paul que não estava entendendo o que se passava com Katy, foi conversar com ela:
- Você está sentindo alguma coisa? – realmente Paul estava preocupado. Entrando no quiosque pra conversar com ela.
- Estou, mas não sei definir o que é realmente – respondeu Katy, observando o mar.
Agora Paul sentia que Katy também o desejava, mais de uma forma ainda distante, assim, ele fez com que ela decidisse o que queria naquele exato momento:
- Katy, eu não sei o que você quer, mas, peça o que quiser e eu trarei pra você – falou, olhando fixamente pra Katy.
- Paul, eu não quero que você me traga absolutamente nada, eu apenas quero que você me beije, por favor.....- suplicou Katy, enquanto encostava seu corpo delicadamente ao do Paul, fazendo com que ele, com seu jeito sedutor, baixasse sua cabeça para roçar lentamente seus lábios no pescoço dela.
- Ahhh, Katy, você me deixa cada vez mais apaixonado por você...- sussurrou Paul, beijando-a no lóbulo e indo em direção aos lábios dela. – Eu quero fazer amor com você, Katy. – falou Paul, sem pensar.
- Eu também Paul – sussurrou Katy.
Paul pensava em ser o homem mais feliz do mundo; com uma intensidade sem igual, ele beijou Katy com tanto afeto e prazer que, ela com suas mãos começou a desabotoar a camisa de Paul sem ter consciência de seus próprios atos, como uma menina de quinze anos, pronta pra se entregar.
Aos poucos, os dois iam se ajoelhando nas areias frias daquela praia, Paul já havia retirado seu blazer e jogado no chão, colocando posteriormente Katy deitada sobre o blazer e deitando-se ao seu lado.
A respiração de Katy era ofegante; sutilmente, Paul deslizou sua mão pelo pescoço de Katy até chegar a sua mini-blusa, com movimentos insinuantes, Paul acariciou os seios de Katy e ao mesmo tempo beijava-a fazendo com que ela gemesse de tanto prazer.
Ao mesmo tempo, Katy desabotoava cuidadosamente o resto dos botões que faltavam na camisa de Paul. Enquanto ela tirava a camisa dele, Paul se aconchegava suavemente sobre Katy.
Nesse instante, uma luz inesperada pairava sobre os dois amantes que, por motivos óbvios, assustaram-se com a claridade da lanterna:
- Quem é que vocês dois pensam que são, os deuses da mitologia que faziam sexo onde e com quem bem entendessem?!!! – perguntava o policial que fazia a ronda naquele local. – São exatamente vinte e quatro horas, eu acho que vocês resolveram vir à praia muito tarde, ou muito cedo....
- Pode deixar que eu explico, policial – falou Paul, nervoso com a repentina intromissão do homem fardado na sua frente, num momento tão especial de sua vida de macho apaixonado.
- Eu vou embora, Paul, sábado de manhã nós conversamos – falou Katy, nervosa com tudo aquilo. – Tchau!
- Ei!!! Garota!!! Onde você pensa que vai??? – perguntou o policial, dirigindo-se para Katy.
No momento em que o tira deu um salto em frente de Katy para que ela parasse, ela tirou sua insígnia de agente e mostrou ao “Tira”, que automaticamente parou:
- Tudo bem..Agente, eu não vou perguntar mais nada, ok? Assim fica todo mundo contente. Agora, da próxima vez...
- Não haverá próxima vez, policial!... – falou Katy, envergonhada com a cena toda.
- Do quê você está falando, Katy? – perguntou Paul, sobressaltado...vestindo suas roupas.
O policial que não queria ficar ali, para não ser submetido à uma grave falta perante os federais, foi indo embora para o seu carro, de mansinho e sem olhar pra trás.
- É isso mesmo que você ouviu Paul! – respondeu Katy, de costas e com os olhos banhados em lágrimas.
- Mas Katy! E os nossos beijos, nossas trocas, nossos...
- Paul, eu quero que você fique preparado pra a “batida” de sábado, está bem? Amanhã eu não irei trabalhar, o agente Carl irá conversar com você sobre os equipamentos que iremos usar, até sábado. – despediu-se Katy, dando-lhe um delicado beijo nos lábios e, em seguida, atravessou a avenida e entrou no prédio onde morava.
Paul ficou observando o trajeto de Katy até sumir no saguão do edifício, que ficou ali pensando, se perguntando...Por quê Katy o trouxe logo para perto de seu apartamento????
Nervoso, Paul seguiu em direção à sua moto onde estava também, o carro do policial que estava esperando-o:
- Desculpe-me, senhor...- falou o policial.
- William, agente Paul William. O que você deseja policial? – perguntou Paul, impaciente e confuso.
- Eu sinto muito em ter atrapalhado seu romance, agente Paul William, como o senhor já sabe é o meu serviço e, à essas horas da noite aqui nessa praia tudo é possível.
- Tudo bem policial. Não se preocupe, isso não irá mais acontecer. – falou Paul, montando em sua moto. – Pode retornar à sua ronda, eu já estou indo embora.
- Sim obrigado e, pilote com cuidado – falou o policial, apertando a mão de Paul e se dirigindo para a viatura.
Depois que a viatura policial também sumiu de vista, Paul, irritado com tudo o que tinha acontecido deu um soco no guidão de sua própria moto:
- Ai!!!! Porcaria, até você está contra mim??? – falou Paul, saindo daquele lugar e pegando a auto-estrada.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

CAPÍTULO SEIS




Eram dez para as nove de manhã, quando a agente Simon estacionava sua moto em frente ao prédio da Agência Central.
Desde o dia em que Paul William chegara, Katy mudou todos seus objetos de trabalho para um escritório mais amplo e confortável no prédio da matriz, para sua segurança e a de Paul.
Katy entrou no elevador em direção ao seu escritório, que ficava no décimo andar. Quando a porta do elevador se abriu, Katy viu Paul, que estava abrindo a porta do escritório:
- Bom dia, Paul – cumprimentou Katy. – Esse é o relatório do homem que capturamos, ontem à noite? – perguntou, olhando para a pasta.
- Sim, seu pai estava aqui, quando entrei no edifício. Ele me falou que o mapa da loja está aqui também. – respondeu Paul. – Vamos, entre...não é possível trabalharmos no corredor.
- Sim, é claro! – falou Katy, sorrindo. – O inspetor Lucas comparou o mapa que o prisioneiro desenhou, com o mapa da planta do imóvel? – perguntou Katy, sentando-se em sua mesa.
- Comparou, mas, só a loja é que coincide com o original. E existe três túneis que foram construídos logo após a loja ser vendida para os brasileiros, esses túneis vão dar em três ruas diferentes do quarteirão, como podemos ver aqui – respondeu Paul, mostrando-lhe os mapas.
- É isso mesmo, Paul! – falou katy. – Nós podemos entrar por essa passagem que existe nos fundos da loja. Quando eu fui investigar semana passada, eu percebi que nesta passagem existe pouquíssimo movimento de pessoas – comentou Katy, apontando no mapa. – É lógico que, no momento em que entrarmos, teremos que tomar muito cuidado pois, não sabemos o que vamos encontrar lá dentro.
- Faz sentido, o que você diz Katy. Mas, conforme nós entramos nesse túnel, as outras passagens já estarão interditadas por nossos reforços, compreende? É por esse túnel que Lady Pat vai querer fugir, porque ele é menor que os outros dois. Então a fuga vai mais rápida, entendeu?
- Perfeitamente, Paul – respondeu Katy.
- Então seguiremos este esquema. Lá na loja existem cinco pessoas, conforme falou o prisioneiro, duas nós já sabemos quem são: Lady Pat e Sam. Mas deve existir muito mais do que isso.
- Sam? Quem é esse tal de Sam? – perguntou Katy.
- Foi ele que escapou ontem à noite, mergulhando na piscina – respondeu Paul. – Mas desta vez vamos pegá-los de uma vez por todas, não vamos?! – perguntava Paul olhando fixamente nos olhos de katy.
- Sim, vamos....-respondeu Katy, hipnotizada.
O agente William paralisava Katy só com o olhar, era incrível o poder de sedução que aqueles olhos tinham.
Katy começou a ter pensamentos, sonhos, imagens dela e Paul juntos em outro lugar mais calmo, aconchegante, confortável, menos no escritório em que se encontravam no momento.
Infelizmente Katy foi despertada por batidas na porta:
- Deixe que eu atendo – falou Paul, sorrindo.
- Sim, claro – falou Katy, um pouco atordoada com a força, a energia magnética que aquele homem tinha.
Paul abriu a porta, e Jonas entrou, vestindo um bermudão, uma camisa estampada com cores vibrantes e calçando um tênis:
- Meu Deus! Como tem mulher gostosa nesse lugar, Paul!!! – falou seu pai, pensando que estava sozinho com o filho. – Gostaria de poder ficar com todas que conheci de uma só vez, mas eu sei que elas não iriam agüentar a fome do Senhor Jonas aqui...hahahahah – falou, batendo as mãos contra o próprio peito e sorrindo.
- Pai, fale baixo – pediu Paul. –Não estamos sozinhos.
- Vejo que está se divertindo bastante, Sr. Jonas – comentou Katy, com um ar malicioso.
- Olá agente Simon; É verdade. Estou me divertindo muito! As praias aqui são belíssimas, faz lembrar as praias do Rio de Janeiro às vezes. Principalmente porque faltam os arrastões...hahahahahahahah- falou Jonas, que mudara de assunto automaticamente.
- Entre papai – convidou Paul. – Katy e eu estamos bolando um esquema para darmos uma batida lá na loja de produtos Sul-Americanos.
- Ahhhh! Paul, eu gostaria de lhe mostrar umas coisas que eu consegui, quando peguei aquele assassino que metralhou o prédio em que eu estava trabalhando com meu pai – falou Katy.
- Vamos ver então que coisas são essas!!! – falou Paul, curiosíssimo.
Enquanto o Sr Jonas e o agente William se acomodavam, Katy pegava os objetos que tinha conseguido com o presunto do prédio em que trabalhava. Quando Katy jogou a carteira de identidade, o passaporte falso e a foto na mesa, Paul ficou perplexo:
- Onde você conseguiu tudo isso? – perguntou Paul, pegando a fotografia para ver melhor.
- Estavam nas roupas do bandido – respondeu Katy.
- Esta foto também estava junto com os objetos que você pegou?
-Sim, estava – respondeu Katy. – E é isso que eu não entendo – respondeu Katy. – Tem que haver alguma ligação entre essa foto e as pessoas que trabalham para Lady Pat – declarou Katy, nervosa.
- Por que voc~e acha que essa hipótese tem fundamento, Katy? – perguntou Jonas, preocupado.
- Eu acho que é porque meu pai é brasileiro, não sei...- respondeu Katy. – Pode ser vingança, ou alguma coisa do gênero.
- É, pode ser. Então teremos que investigar essa loja o mais depressa possível – declarou Paul. – Se não a vontade desses marginais em querer matá-la e a seu pai pode se concretizar. Incluindo eu! Que agora eles também querem, não sei por que cargas d’água.
- Amanhã mesmo iremos vigiar a loja, durante a noite inteira, está bem? – decidiu Katy.
- Tudo bem pra mim, Katy – falou Paul.
- Tomem cuidade com esses mafiosos, eles não vão dar moleza para ninguém – avisou Jonas. – Eles investem alto em armamentos, ouviram bem?
- Sim, Sr. Jonas, ouvimos muito bem! – falou Katy, sorrindo. – Por falar em armamento, gostaria que vocês dessem uma olhada nessas belezas que eu tenho bem aqui.
Katy dirigiu-se ao armário de ferro, tirou as chaves do bolso de sua calça jeans e abriu a porta de cor cinza escuro.
Paul ficou espantado com tantas armas que haviam dentro daquele armário. Era um verdadeiro arsenal de guerra.
Haviam duas M16, uma M60 usada na guerra do golfo, duas escopetas, quatro calibres 12, um disparador de mísseis de pequeno porte, duas magnuns, três 765 com visor noturno, facas de todos os tipos e muita munição.
O cigarro do Sr. Jonas caiu em cima de seu bermudão novinho, quando ficou boquiaberto ao ver tanta arma em poder de uma mulher...
- Caramba! A minha bermuda está pegando fogo!!!! Porcaria de cigarro...- xingou, pulando e ao mesmo tempo batendo as mãos contra as pernas.
- Fique quieto pai! Não sei pra quê você ainda fuma... Você não pode ver nada que fica com a boca aberta, anote aí Sr. Jonas, tu ainda vais morrer queimado com seu próprio cigarro – avisou Paul. – Agente Simon, aonde você arranjou tanta arma? –perguntou Paul, impressionado.
- Eu comecei à colecionar armas a partir do momento que entrei na CIA – respondeu Katy, sorrindo. – Todas essas belezinhas estão em perfeito estado de conservação para o uso, estão completamente limpas e carregadas, que é o principal.
- Mas Katy! Isso não é uma batalha, será apenas uma batida para apreendermos drogas e, quem sabe, conseguirmos enjaular alguns traficantes – falou Paul.
- Eu sei que não é uma batalha, Paul. Mas eu sei que é uma guerra – falou Katy, decidida. – A batalha será muito mais difícil de vencermos – concluiu Katy.
- Você está certa, Katy – concordou Paul. – Nós somos verdadeiros guerreiros, e lutamos contra essa corja de bandidos traficantes que só fazem destruir vidas por aí! Vendendo essas porcarias desses narcóticos que não prestam pra nada. – falou Paul, explodindo.
- Nossa Paul, por que tanto ódio? – perguntou Katy.
- A mãe dele morreu de overdose, agente Simon. – respondeu Jonas, já se retirando do escritório. – Vou embora, até mais ver, agente Simon.
- A...até logo, senhor Jonas – despediu-se Katy.