O túnel era estreito e, não parava de pingar água pelo teto, chão e paredes que ao mais leve toque, umedecia as mãos.
Todos na loja estavam com as armas um punho, esperando o inevitável.
Pelo rádio, o inspetor Lucas dava a ordem de atacar.
E assim, todos entraram de uma só vez, dentro de suas limitações: Rick e Cody foram os primeiros a entrar, sendo que eles ficavam olhando os produtos da loja, discretamente; Paul e Katy estavam dentro do túnel onde Lady Pat, Mestre Mao e Bill estavam saindo; Peter e Carl conseguiram entrar com bastante dificuldade, por causa do intenso movimento nas calçadas; o inspetor Lucas e o agente Ivan conseguiram subir na loja sem que ninguém percebesse, e estavam descendo cuidadosamente as escadas do segundo andar que ia dar no saguão da loja, onde estavam Rick e Cody.
Enfim, todos estavam lá dentro, só o que faltava era os policiais prenderem os mafiosos.
Katy estava com sua blusa de seda completamente molhada, porque teve que encostar-se ao cimento úmido do túnel, o que fazia com
que seus mamilos ficassem eroticamente à mostra.
- Katy...- sussurrava Paul.
- O que você quer agora, Paul? – perguntou Katy, tremendo.
- Você me faz um favor? – falou Paul, num fiasco de voz.
- O que é? – perguntou Katy, nervosa.
- Coloque seu colete à prova de balas, você esqueceu de colocar após ter saído do carro – respondeu Paul, olhando fixamente para os seios de Katy, num lugar onde a luz era precisa.
- Ah! Tudo bem... Segura a minha arma, por favor – pediu Katy, sorrindo propositalmente.
- Tome sua arma e, obrigado por ter colocado o colete. Senão eu ia me esquecer que isso aqui é uma batida e ia te pegar aqui mesmo, entendeu? – falou Paul, sorrindo também.
- Fique quieto. Estou ouvindo passos... – sussurrou Katy, colocando as mãos nos lábios de Paul.
- Calma, vamos entrar naquela porta ali! – falou Paul, no ouvido dela, fazendo seus corpos estremecerem.
Eram as vozes de Lady Pat, Mestre Mao e Bill, que a passos rápidos caminhavam pelo túnel.
Na medida em que o tempo passava, ficava mais arriscada a permanência dos agentes na loja de Lady Pat.
Paul e Katy estavam escondidos na sala de Lady Pat, enquanto ela, seu cúmplice Mestre Mao e seu capanga braço direito andavam pelo túnel a poucos metros deles.
Enquanto isso, o inspetor Lucas e o agente Ivan já estavam no saguão da loja. Graças a uma planta ornamental que ficava perto da escada, era impossível os três bandidos que estavam no balcão enxergá-los, tanto que estavam com seus olhares fixos em Cody e Rick.
Peter e Carl andavam com bastante dificuldade pelo túnel que dava acesso ao banheiro masculino, onde Sam e os outros bandidos estavam:
- Andem logo suas antas! Entrem de uma vez nesse buraco antes que eu lhes encho de pancadas – falava Sam, nervoso. Vendo os dois “empregados” de Lady Pat entrar pelo fundo falso que havia no armário de produtos de limpeza.
- Calma chefe! Já estamos indo – responderam juntos.
Os três seguiram em direção à saída, enquanto Carl e Peter iam de encontro a eles, como num labirinto, todos armados e engatilhados, prontos para matar o que lhes aparecesse pela frente.
Em menos de um minuto em que os três entraram no túnel e começaram a andar, encontraram os agentes que automaticamente começaram a atirar.
Peter, apesar de estar usando uma arma de tiros repetitivos, percebeu que Carl não havia dado nenhum tiro ainda:
- Carl!! Atire, pelo amor de Deus!! – gritou Peter, apavorado. – Abaixe-se aí! Antes que leve um tiro.
Quando os tiros de Peter pararam, os outros que estavam escondidos no escuro do túnel e Sam, que estava deitado no chão úmido, apareceram dando tiros para todos os lados:
- Tome seu desgraçado! – gritava Sam, quase sem fôlego, atirando sem parar.
Escondido, Carl gritava:
- Calma aeeeee, seu idiota. Sou eu, Carl!!! – gritou, despreocupado mas com medo de ser atingido ao mesmo tempo.
Os tiros pararam na hora.
Mas, o saguão do prédio, os bandidos ficaram aterrorizados com o barulho dos tiros e começaram à atirar em Cody e Rick; que com o susto se jogaram no chão.
O inspetor Lucas e o agente Ivan perceberam que os traficantes estavam com muito medo:
- Ivan – sussurrou o inspetor Lucas – desça devagar as escadas, sem que eles percebam e, tente chamar a atenção deles, certo? – ordenou.
- OK inspetor! – sorriu Ivan – Pode deixar comigo.
Enquanto Cody e Rick se arrastavam pelo chão encerado da loja, para lados diferentes; Ivan descia as escadas atirando e gritando ao mesmo tempo para os bandidos:
- Olá rapazes!!! – gritava Ivan – isto é para vocês.
Ivan acertou um deles bem na junta do braço direito, que jogou a arma longe, gritando desesperadamente.
Quando o outro ia atirar em Ivan, foi atingido por dois tiros pelo agente Cody, que se arrastava para o balcão.
O sujeito continuou atirando, sem parar, seu músculo não o obedecia, aos poucos ele ia morrendo, gritando, caindo e metralhando todo o balcão, quebrando tudo.
O outro sujeito ainda estava gemendo, seu braço estava estraçalhado com o tiro da arma de Ivan, mas mesmo assim ele pegou a arma com a mão esquerda da cintura do cadáver do comparsa e, com uma fúria quase que animal partiu pra cima de Cody, que estava sendo no chão, carregando sua arma, desapercebido:
- Mate-o, criatura desprezível, e vai ter que matar a todos nós por aqui. – gritou o inspetor, acompanhado dos agentes Rick e Ivan, que também apontavam suas armas na cabeça e no nariz do bandido.
- !Si señor, si señor! – falava o bandido, com um sotaque totalmente latino.
- Meu deus, parece que todo mundo aqui está envolvido nisso! – falou o agente Ivan, olhando para o inspetor.
Enquanto o agente Rick algemava o elemento, o inspetor passava um rádio pra Central pedindo ambulâncias e reforços.
No túnel que dava acesso ao banheiro, Carl amarrava Peter ainda desacordado, enquanto escutava as tagarelices de Sam:
- Por que você não nos avisou, hêim, Carl??! – repetia Sam, a cada nó dado pelo agente e Peter. – Você nos traiu, Lady Pat não vai perdoar...E você sabe disso, né? – insinuava Sam, rindo.
- Cale essa boca Sam! E me ajude com esse infeliz – bufou Carl, olhando para os outros bandidos, desconfiados.
- Tudo bem, tudo bem!! Ajude ele – ordenou Sam, aos comparsas.
- Sim senhor, estamos indo, Sam – falaram, não entendendo absolutamente nada.
Carl não parava de pensar nos outros agentes, no que estava acontecendo com eles. Esperava, pelo menos, que Katy estivesse bem.