domingo, 27 de setembro de 2009

CAPÍTULO DOZE - CONTINUAÇÃO






O túnel era estreito e, não parava de pingar água pelo teto, chão e paredes que ao mais leve toque, umedecia as mãos.

Todos na loja estavam com as armas um punho, esperando o inevitável.

Pelo rádio, o inspetor Lucas dava a ordem de atacar.

E assim, todos entraram de uma só vez, dentro de suas limitações: Rick e Cody foram os primeiros a entrar, sendo que eles ficavam olhando os produtos da loja, discretamente; Paul e Katy estavam dentro do túnel onde Lady Pat, Mestre Mao e Bill estavam saindo; Peter e Carl conseguiram entrar com bastante dificuldade, por causa do intenso movimento nas calçadas; o inspetor Lucas e o agente Ivan conseguiram subir na loja sem que ninguém percebesse, e estavam descendo cuidadosamente as escadas do segundo andar que ia dar no saguão da loja, onde estavam Rick e Cody.

Enfim, todos estavam lá dentro, só o que faltava era os policiais prenderem os mafiosos.

Katy estava com sua blusa de seda completamente molhada, porque teve que encostar-se ao cimento úmido do túnel, o que fazia com

que seus mamilos ficassem eroticamente à mostra.

- Katy...- sussurrava Paul.

- O que você quer agora, Paul? – perguntou Katy, tremendo.

- Você me faz um favor? – falou Paul, num fiasco de voz.

- O que é? – perguntou Katy, nervosa.

- Coloque seu colete à prova de balas, você esqueceu de colocar após ter saído do carro – respondeu Paul, olhando fixamente para os seios de Katy, num lugar onde a luz era precisa.

- Ah! Tudo bem... Segura a minha arma, por favor – pediu Katy, sorrindo propositalmente.

- Tome sua arma e, obrigado por ter colocado o colete. Senão eu ia me esquecer que isso aqui é uma batida e ia te pegar aqui mesmo, entendeu? – falou Paul, sorrindo também.

- Fique quieto. Estou ouvindo passos... – sussurrou Katy, colocando as mãos nos lábios de Paul.

- Calma, vamos entrar naquela porta ali! – falou Paul, no ouvido dela, fazendo seus corpos estremecerem.

Eram as vozes de Lady Pat, Mestre Mao e Bill, que a passos rápidos caminhavam pelo túnel.

Na medida em que o tempo passava, ficava mais arriscada a permanência dos agentes na loja de Lady Pat.

Paul e Katy estavam escondidos na sala de Lady Pat, enquanto ela, seu cúmplice Mestre Mao e seu capanga braço direito andavam pelo túnel a poucos metros deles.

Enquanto isso, o inspetor Lucas e o agente Ivan já estavam no saguão da loja. Graças a uma planta ornamental que ficava perto da escada, era impossível os três bandidos que estavam no balcão enxergá-los, tanto que estavam com seus olhares fixos em Cody e Rick.

Peter e Carl andavam com bastante dificuldade pelo túnel que dava acesso ao banheiro masculino, onde Sam e os outros bandidos estavam:

- Andem logo suas antas! Entrem de uma vez nesse buraco antes que eu lhes encho de pancadas – falava Sam, nervoso. Vendo os dois “empregados” de Lady Pat entrar pelo fundo falso que havia no armário de produtos de limpeza.

- Calma chefe! Já estamos indo – responderam juntos.

Os três seguiram em direção à saída, enquanto Carl e Peter iam de encontro a eles, como num labirinto, todos armados e engatilhados, prontos para matar o que lhes aparecesse pela frente.

Em menos de um minuto em que os três entraram no túnel e começaram a andar, encontraram os agentes que automaticamente começaram a atirar.

Peter, apesar de estar usando uma arma de tiros repetitivos, percebeu que Carl não havia dado nenhum tiro ainda:

- Carl!! Atire, pelo amor de Deus!! – gritou Peter, apavorado. – Abaixe-se aí! Antes que leve um tiro.

- Não precisa atirar, Peter. Pare de gastar balas à toa, hahahahahah! – a risada de Carl era sarcástica, sonora, medonha...quando deu uma coronhada na testa de Peter, que desmaiou no mesmo instante.

Quando os tiros de Peter pararam, os outros que estavam escondidos no escuro do túnel e Sam, que estava deitado no chão úmido, apareceram dando tiros para todos os lados:

- Tome seu desgraçado! – gritava Sam, quase sem fôlego, atirando sem parar.

Escondido, Carl gritava:

- Calma aeeeee, seu idiota. Sou eu, Carl!!! – gritou, despreocupado mas com medo de ser atingido ao mesmo tempo.

Os tiros pararam na hora.

Mas, o saguão do prédio, os bandidos ficaram aterrorizados com o barulho dos tiros e começaram à atirar em Cody e Rick; que com o susto se jogaram no chão.

O inspetor Lucas e o agente Ivan perceberam que os traficantes estavam com muito medo:

- Ivan – sussurrou o inspetor Lucas – desça devagar as escadas, sem que eles percebam e, tente chamar a atenção deles, certo? – ordenou.

- OK inspetor! – sorriu Ivan – Pode deixar comigo.

Enquanto Cody e Rick se arrastavam pelo chão encerado da loja, para lados diferentes; Ivan descia as escadas atirando e gritando ao mesmo tempo para os bandidos:

- Olá rapazes!!! – gritava Ivan – isto é para vocês.

Ivan acertou um deles bem na junta do braço direito, que jogou a arma longe, gritando desesperadamente.

Quando o outro ia atirar em Ivan, foi atingido por dois tiros pelo agente Cody, que se arrastava para o balcão.

O sujeito continuou atirando, sem parar, seu músculo não o obedecia, aos poucos ele ia morrendo, gritando, caindo e metralhando todo o balcão, quebrando tudo.

O outro sujeito ainda estava gemendo, seu braço estava estraçalhado com o tiro da arma de Ivan, mas mesmo assim ele pegou a arma com a mão esquerda da cintura do cadáver do comparsa e, com uma fúria quase que animal partiu pra cima de Cody, que estava sendo no chão, carregando sua arma, desapercebido:

- Mate-o, criatura desprezível, e vai ter que matar a todos nós por aqui. – gritou o inspetor, acompanhado dos agentes Rick e Ivan, que também apontavam suas armas na cabeça e no nariz do bandido.

- !Si señor, si señor! – falava o bandido, com um sotaque totalmente latino.

- Meu deus, parece que todo mundo aqui está envolvido nisso! – falou o agente Ivan, olhando para o inspetor.

Enquanto o agente Rick algemava o elemento, o inspetor passava um rádio pra Central pedindo ambulâncias e reforços.

No túnel que dava acesso ao banheiro, Carl amarrava Peter ainda desacordado, enquanto escutava as tagarelices de Sam:

- Por que você não nos avisou, hêim, Carl??! – repetia Sam, a cada nó dado pelo agente e Peter. – Você nos traiu, Lady Pat não vai perdoar...E você sabe disso, né? – insinuava Sam, rindo.

- Cale essa boca Sam! E me ajude com esse infeliz – bufou Carl, olhando para os outros bandidos, desconfiados.

- Tudo bem, tudo bem!! Ajude ele – ordenou Sam, aos comparsas.

- Sim senhor, estamos indo, Sam – falaram, não entendendo absolutamente nada.

Carl não parava de pensar nos outros agentes, no que estava acontecendo com eles. Esperava, pelo menos, que Katy estivesse bem.